sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Grupo de Oração: O Carisma da Coordenação


Jo 15,16: “não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça.”
O objetivo deste ensino é orientar aqueles que assumem uma coordenação sobre a importância de compreender a cooperação entre a graça e a natureza no ministério de coordenação, e tratar de algumas funções práticas pertinentes ao coordenador.
 
 
1- MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO
 
 
Coordenação vem da palavra latina cordinatione que significa: “ dispor sobre a certa ordem ou método, organizar o conjunto, pôr em ordem e desconjunto”. É uma “co-operação”, uma ação de co-responsabilidade entre iguais. A coordenação promove união de esforços, de objetivos comuns e de atividades comunitárias, evitando paralelismo, o isolamento na ação evangelizadora.
A coordenação tem por finalidade criar relações, facilitar a participação, comprometer na co-responsabilidade, realizar a interação e tornar eficaz o conjunto da caminhada do Movimento. São se trata de um ministério de privilégios, mas de serviços práticos, objetivos.
A função de coordenar, a princípio, é uma capacidade humana, um talento que pode ser buscado, desenvolvido, aperfeiçoado. O líder será capaz de coordenar de modo louvável determinado grupo de pessoas, conseguindo alcançar os reais objetivos pretendidos.
Existem técnicas e métodos avançados que ensinam de forma eficaz como uma pessoa pode transformar-se em um grande coordenador ou líder. Mas quando se trata de uma ação evangelizadora, é preciso recordar-se que “as técnicas da evangelização são boas, obviamente, mas ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada poderia fazer sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E ,ainda, o mais bem elaborados esquemas de base sociológica e psicológica, sem ele, em breve se demonstram desprovidos de valor” (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, n. 75).
O próprio princípio de Deus, na escolha daqueles que iam dirigir o seu povo, não obedece a critérios humanos.
• I Cor 1, 26-31
Isto não descarta, obviamente, a colaboração do homem, isto é, o empenho em desenvolver ou aprimorar as suas potencialidades humanas. Porém, diante da realidade espiritual que é um Ministério de Coordenação, não se pode contar apenas com a capacitação humana.
Coordenador (conceito eclesial): pessoa cheia do Espírito Santo e conduzida por Ele, eleita por Deus, mediante confirmação da comunidade, para conduzir uma parcela do povo de Deus, empregando métodos de coordenação segundo carisma do amor.
A missão do coordenador é antes de tudo “divina, por isso para realizá-lo deve estar unidos a Jesus (Jo 15,1-8) e conduzida pelo Espírito Santo.”
 
 
2 - O CARISMA DA COORDENAÇÃO
 
 
O Senhor disse a Moisés: “Tens todo o meu favor” e “minha face irá contigo, e serei teu guia” (cf. EX 33, 12; 14). Podemos entender o carisma como sendo o “favor” ou “auxílio” dado por Deus para o vocacionado.
Sem o carisma, ficamos impossibilitados de responder à essa vocação. Ele é o “auxílio a nossa fraqueza” (Rm 8, 26) sem o qual nossas razões tornam-se vazias e infrutíferas.
O carisma é o alicerce para o exercício do ministério. A graça em ação = chárisma, que pressupõe a natureza, conforme Santo Agostinho. Trata-se de uma complementaridade entre divino e humano, em vista da missão.
“O carisma da coordenação se manifesta nas ações administrativas realizadas pelos coordenadores. No âmbito do nosso Movimento, ações administrativas são, especialmente: planejamento, organização, direção e pastoreio”.
 
 
3 FUNÇÕES DO COORDENADOR
 
 
 
a) Evangelizar
 
MC 16,15 – “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”.
Conceito de evangelizar = vem de Evangelho: Boa Notícia = evangelizar é anunciar uma Boa Notícia (Is 9,1-6; Lc 24, 1-43).
Podemos definir três espécies de evangelização:

1.Sacerdotal – Palavra celebrada;




2.Régia – Palavra vivida – testemunho (instauração do Reino de Deus no mundo);

3.Profética – Palavra proclamada.


Lembramos que todo o batizado tem as unções sacerdotal, régia e profética.
Evangelizar é a principal função do coordenador. Tudo na coordenação, planejamentos, propostas, projetos, eventos devem ser orientados para a evangelização.
b) Administrar
Latim ad (direção, obediência) e minister (subordinação) = aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta serviço a outrem.
Administrar significa ainda o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos.
 
Elementos da administração:
 
•Planejamento;
•Organização;
•Direção;
•Execução;
•Controle;
•Avaliação
 
c) Pastorear
 
Jo 10,11: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”.
•Busca os irmãos transviados;
•Reanima os desanimados;
•Conduz o rebanho;
•Ouve, ama, orienta, ora;
•Supervisiona os planejamentos e tarefas
d) Liderar
Jo 11,16: “A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: ‘Vamos também nós, para morrermos com ele’”.
•Precede os irmãos na caminhada, primeiro na santidade, no amor, no perdão e no serviço.
•Dá sempre o primeiro passo.
•Não tem subordinados. Ele não dá ordens, mas todos fazem o que ele deseja.
•Transmite segurança, confiança.
•Transmite senso de justiça.
•Sabe que não deve fazer tudo sozinho.
e) Formar
Lc 11,1-11: “instruções aos discípulos”
•Com exemplo, testemunho de vida;
•Valoriza e promove meios para o crescimento espiritual e humano dos membros do grupo;
•Encaminha os servos do grupo para os encontros específicos de formação de cada ministério;


•Forma novos líderes.

NEEMIAS
 
Neemias foi um líder da época do pós-exílio que soube planejar, organizar, motivar e exercer liderança sobre quem vivia em Jerusalém e nas redondezas da cidade. Ele serve como um modelo de coordenador que assume a pratica a liderança com responsabilidade e praticidade. A partir das situações vividas soube:
•Equilibrar o planejamento prático com a confiança em Deus;
•Conviver com as críticas não merecidas;
•Resolver conflitos de personalidade e dificuldades no relacionamento humano;
•Enfrentar sérias pressões financeiras;
•Lidar com líderes antigos e algumas vezes machucados.
 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Grupo de Oração - RCC

Para que reconstruamos as muralhas, é preciso estar unidos e com sólida formação. Por isso, essa edição do Boletim Informativo “Grupo de Oração, eu participo!” traz até você um ensino que trata exatamente sobre o elemento fundamental do nosso Movimento: o Grupo de Oração.

Com essa iniciativa, queremos ficar mais perto de você, proporcionando subsídios para que você cumpra, de forma cada vez mais eficaz, a missão que o Senhor lhe confiou. Leia, reze e partilhe com os servos do seu Grupo!
Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração” (Mateus 6, 20-21).
1 INTRODUÇÃO
O Grupo de Oração, GO, é a célula fundamental da Renovação Carismática Católica. É a Renovação em movimento a cada dia, a cada semana, acontecendo nas diversas paróquias e comunidades do nosso país e do mundo. É um grupo de pessoas que por um desígnio de Deus, ao entrarem pela primeira vez em um GO[1] tiveram suas vidas tocadas pela bondade infinita do Senhor e foram chamadas a viver uma vida nova. Vida nova que só é possível ser vivida no Espírito Santo, como diz São Paulo a Tito, no capítulo 3, 5-7: “E, não por causa das obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ELE nos salvou mediante o batismo da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo, que nos foi concedido em profusão, por meio de Cristo, nosso Salvador, para que a justificação obtida por sua graça nos torne em esperança herdeiros da vida eterna”.
Portanto o GO é uma porta aberta para uma descoberta ou redescoberta de que somos herdeiros de uma graça especial que em Jesus, pelo poder de seu Espírito Santo, transforma não só a nossa realidade, mas tudo o que está à nossa volta.
2 DESENVOLVIMENTO
O Grupo de Oração é um meio que nos possibilita descobrir o desejo de Deus, que nos dá a condição de chegarmos aos tesouros do céu, que só podem ser alcançados se optarmos por mergulhar no coração de Deus que vai, nos revelando a cada semana, a cada Grupo, todo o Seu plano para cada um de nós, e que vai ajustando a batida do nosso coração ao Seu próprio coração para assim sermos um, como ele e Jesus o são e a nossa alegria então ser completa e verdadeira. E é o Espírito que nos une num só corpo, o Corpo de Cristo. É o Espírito quem ao nos dar testemunho de Jesus, que é a Revelação Definitiva do Pai, nos converte em testemunhas do Cristo ressuscitado até os confins da terra.
Por esta razão dizemos que o criador e a alma do Grupo de Oração é sempre o “Espírito de Deus”. O que nos leva a concluir que o desejo de reunir-se em Grupos de Oração não brotou do coração dos homens, mas sim do próprio Senhor. Foi Ele quem tomou a iniciativa de congregar a sua Igreja nessas pequenas comunidades. Só Ele pode reunir o seu povo em oração, como sempre o fez ao longo da história da salvação, e o faz agora.
2.1 OBJETIVOS DO GRUPO DE ORAÇÃO
a) Batismo no Espírito Santo – um Pentecostes hoje
A RCC surgiu do desejo e da esperança de que o Senhor realizasse em nossos dias, em vista da renovação profunda de sua Igreja, o que sucedeu no primeiro Pentecostes.
A Igreja necessita, como disse o Papa João XXIII, de “algo como um novo Pentecostes”. Em palavras do Papa Paulo VI: de seu “Pentecostes perene”. O Papa João Paulo II também expressou a necessidade de “um novo Pentecostes” para o mundo nos umbrais do século XXI. O nosso atual Papa, Bento XVI, disse em 15 de maio de 2005, ao tomar posse da cátedra de Bispo de Roma, em São João de Latrão que sem o Espírito Santo, a Igreja ficaria reduzida a uma organização meramente humana, sob o peso de suas próprias estruturas. Disse também que Cristo, que constituiu sua igreja sobre o fundamento dos apóstolos unidos ao redor de Pedro, enriqueceu-a com o dom de seu Espírito, pra que através dos séculos, console-a (cf. João 14,16) e a guie para a verdade completa (cf. João 16,13). O documento de Aparecida corrobora também dizendo no número 362: “Esperamos num novo Pentecostes...”
Então se o surgimento da RCC está baseado neste desejo e esperança da Igreja, podemos dizer que o Grupo de Oração só acontece efetivamente se os seus participantes experimentam da graça da efusão ou batismo no Espírito Santo. É missão do Grupo de Oração fazer com que as pessoas recebam o batismo no Espírito Santo e tenham suas vidas renovadas, resgatadas e guardem para sempre, no coração, a esperança da vida eterna, a alegria da salvação.
b) Levar os participantes do Grupo de Oração a conhecer o desejo de DEUS.
O Catecismo da Igreja Católica no número 27 diz que o desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o Homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar. E no número 50: “Por uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem. E o faz revelando seu mistério, seu projeto benevolente, que concebeu desde toda a eternidade em Cristo em prol de todos os homens. Revela plenamente seu projeto enviando seu Filho bem-amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo”.
Quando conhecemos este desejo do nosso Criador, tudo muda. É a descoberta de que não estamos sós. De que há alguém que caminha em minha direção, e para quem eu sou precioso(a).
c) Anunciar o amor infinito e incondicional de Deus
Isaias 43, 4: “Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permito reinos por ti”.
O Grupo de Oração leva os seus participantes a conhecerem o rosto de Deus. Rosto que deseja constantemente a nossa realização e a nossa felicidade. Fazemos a grande descoberta de que Deus é fiel e que reafirma o seu Amor mesmo constatando que fomos infiéis a ele. Ele nos ama com amor eterno com nossas qualidades ou defeitos. Descobrimos também que sua misericórdia é maior do que o nosso pecado, mas que ele deseja que sejamos melhor do que somos.
d) Conversão de vida
Uma vez batizados no E.S, nos tornamos em Cristo, filhos e filhas de Deus. E como tal, somos chamados a uma vida de santidade deixando definitivamente “nosso modo de vida anterior”, para agir de acordo com Aquele que acreditamos. Viver a conversão é viver como nossa Mãe Maria viveu: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
e) Resgatar almas para DEUS
Isaias 43, 3: “Pois eu sou o Senhor, teu Deus, O santo de Israel, teu Salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação”.
O Grupo de Oração, a partir da sua identidade deve trabalhar para que o homem, a família, a sociedade e as estruturas possam reconhecer que o Único capaz de vencer todas as trevas deste mundo é Jesus Cristo. Jesus é a promessa da redenção cumprida. Ele é a arca da salvação oferecida por Deus aos homens submersos no pecado. Seu nome quer dizer sua missão: Javé Salva Mt1,21. “Tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados”.
f) Ter uma vida de louvor
O louvor é como que o clima e a atmosfera na qual se desenvolve a reunião de oração, desde o principio até o fim, pois o Espírito Santo é um Espírito de louvor. O louvor é uma oração poderosa, libertadora que gera alegria, paz e esperança. O louvor é uma arma para combatermos o inimigo de Deus, porque quando louvamos a Deus com os nossos lábios, em espírito e verdade, quando o louvamos nas tribulações e também nas alegrias, estamos proclamando que Jesus é o Senhor de nossas vidas, não permitindo que nada ou ninguém ocupe o seu lugar. Desta forma fechamos todas as possibilidades para qualquer investida do mal em nossas vidas e em nosso Grupo de Oração. A prática do louvor no GO gera milagres e prodígios na vida de todos.
g) Propagar a alegria
Somos tão importantes para Deus, que nossa presença, ou o nosso regresso a sua casa, é motivo de alegria e festa. O primeiro a se alegrar é o próprio Senhor:
(Sof 3,17) “O senhor teu Deus está no meio de ti... Ele anda em transportes de alegria por causa de ti... Ele exulta de alegria a teu respeito, como num dia de festa”.
Se o Senhor está contente com a nossa presença, também nós manifestamos alegria por estarmos com ele. Não é uma alegria passageira. É a alegria da descoberta do amor de Deus por nós que se transforma num amor apaixonado por Ele e pelos irmãos.
h) Propagar a PAZ
O Grupo de Oração nos ensina que a paz é um sinal tangível da presença de Cristo, que não só nos dá paz, como Ele mesmo é nossa paz (Ef 2, 14).
Paz que é a certeza de que se Ele está conosco, ninguém pode estar contra nós. Certeza de que nada nos separará do seu amor.
i) Propagar a Unidade
Unidade para além de mágoas, medos... E cálculos.
Quando experimentamos pelo BES[2] que verdadeiramente fomos e somos amados gratuitamente, inevitavelmente nos tornamos generosos para com Deus e para com o próximo.
São Francisco de Assis move até hoje muitos corações com o brado: “O amor não é amado”. Não amamos a Cristo; nos dividimos, quando supervalorizamos os bens materiais ,os valores transitórios, ou quando julgamos os irmãos.
Os primeiros discípulos punham tudo em comum, porque sabiam que a eles Cristo não se dera pela metade, mas todo, por inteiro!
j) Motivar a necessidade da oração pessoal e comunitária
O Santo Padre o Papa Paulo VI disse que a oração espontânea e livre de cada um “ajuda, sustenta e alimenta a oração dos demais”.
Deus nos escuta sempre quando lhe falamos no intimo do coração, no grupo de oração ou na comunidade.
É pela vida de oração dos participantes do grupo de oração, que o mesmo se torna cada vez mais carismático, pois quem se coloca diante de Deus para se comunicar com Ele, ouvi-lo e por em prática a Sua vontade, é um canal aberto para que o Espírito Santo se manifeste, conduzindo sua realidade pessoal e comunitária. Viver a vida em oração é ser luz diante de todas as situações, em todos os momentos e em todos os lugares.
k) Motivar a freqüência aos sacramentos
Estamos em um constante processo de conversão. Não estamos prontos. Os sacramentos nos dão força, nos renovam, fortalecem a nossa fé, para vivermos as adversidades da nossa vida cotidiana. Principalmente os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia.
Os sacramentos da Igreja, diz o Catecismo, continuam hoje as obras que Cristo cumprira durante sua vida terrestre. Através da vida sacramental, o poder divino e salvador do filho de Deus salva o homem todo: alma e corpo.
l) Motivar o compromisso de vida com Deus e com os irmãos
O amor ao irmão é uma maneira concreta de mostrarmos o quanto amamos o nosso Amado: amando aquele a quem tanto Ele ama e por quem deu a sua própria vida. Como não dar a vida por aqueles por quem o Amado a deu? É vontade do Senhor que transbordemos este amor sobre aqueles que Ele ama e na RCC isto se faz realidade através do Pentecostes contínuo que acontece nos grupos de oração.
Deus nos chama a nos comprometermos com Ele e com os irmãos, para não fazermos como aquele homem da parábola dos talentos que perdeu até o pouco que tinha, por não usar os seus bens conforme a vontade de Deus. Ele nos chama a partilhar generosamente o nosso tempo, nossas descobertas, nossos talentos e toda a nossa vida sem medo, pois Ele é por nós.
CONCLUSÃO
Deus nos apresentou os vários tesouros, que Ele pelo seu Espírito Santo, nos deu a graça de conhecer e de até mesmo tocar. Tesouros que estão ao nosso dispor se verdadeiramente abrirmos o nosso coração para Ele, que primeiro abriu o Seu para nós, colocando-se numa cruz, de onde o sangue derramado garantiu definitivamente a nossa Salvação, e uma vida plena no seu Espírito Santo. Peçamos ao Espírito Santo que nos dê força para permanecermos firmes na Graça desta Salvação e que possamos distribuir e espalhar esses tesouros a todos aqueles que ainda não os descobriram, através de todos os Grupos de Oração do mundo inteiro.
Este texto foi extraído da apostila Grupo de Oração - Tesouro de Deus que faz parte dos materiais de formação produzidos pela Editora RCCBRASIL. Para adquirir essa apostila e outros basta você acessar www.editorarccbrasil.com.br ou ligar para 53 – 3227 0710.
[1] GO – Grupo de Oração
[2] BES – Batismo no Espírito Santo


terça-feira, 21 de agosto de 2012




CONSELHO NACIONAL DA RCCBRASIL
INSTRUÇÃO N.º 01/2009, DE 11 DE OUTUBRO DE 2009.

 


 

Dispõe sobre Normas e Diretrizes para regulamentar a ação e os limites de atuação do Ministério de Fé e Política, durante o período das eleições.







O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA DO BRASIL, no
uso de suas atribuições legais e CONSIDERANDO:


I. a carta encíclica


DEUS CARITAS EST , do Sumo Pontífice Bento XVI, que estabelece ser

próprio dos fiéis leigos os quais, como cidadãos do Estado, são chamados a participar
pessoalmente na vida pública, para promover o bem comum;
II. a Renovação Carismática Católica (RCC), enquanto Igreja, “não pode ignorar a política, não
apenas enquanto instrumento necessário de organização da vida social, mas sobretudo
enquanto expressão de opções e valores que definem os destinos do povo e a concepção do
homem (Doc. 40, CNBB)”;
III. o objetivo geral do projeto do MFP: “Evangelizar, formar e exortar a RCC a participar, com
coragem e discernimento, da atividade política para gravar a lei divina na cidade terrestre”
(Doc. 1, MFP);
IV. a necessidade de implementar medidas institucionais de orientação ao acompanhamento da
política partidária, principalmente relativas ao período eleitoral e a forma como se estabelecem
as relações entre a instituição RCC e o mundo político;
V. a necessidade de definir o escopo e os limites de ação do MFP, através de uma
regulamentação dos direitos e deveres, no âmbito desta instituição, para atuação na política;
VI. a responsabilidade da RCC que deve, contínua e permanentemente, estimular e valorizar a
participação cívica de seus membros na política, como ato de responsabilidade civil e amor à
nação brasileira;
VII. a decisão do Conselho Nacional da RCCBRASIL que resolveu estabelecer estas diretrizes.
RESOLVE:



CAPÍTULO I
Dos objetivos gerais, recomendações e conceitos
Art. 1º
 

Esta instrução tem por objetivo reger os aspectos relacionados com acompanhamento do período
eleitoral e a forma como se estabelecem as relações entre a instituição RCC e os vocacionados à vida pública.
§ 1º A presente instrução destina-se a todos os atos e ações da Renovação Carismática Católica
através de seus organismos de conselhos: nacional, estadual, arquidiocesano e diocesano.
§ 2º Para os efeitos desta Instrução, entende-se por “acompanhamento do processo eleitoral” a
postura adotada pela RCC ou que venha a ser adotada pelos conselhos das várias instâncias da RCC, com
relação ao período de eleições e os candidatos ao pleito regido pelo Tribunal Eleitoral.
§ 3º Lembra que as ações conduzidas para implementar o objeto da presente instrução, devem ser
feitas em unidade com o episcopado.
I. Para tanto, é estimulado o diálogo permanente com o bispo local, inclusive, comunicando e
buscando autorização, ainda que verbal e informalmente, antes do desenvolvimento das ações
de acompanhamento do processo eleitoral naquela instância eclesiástica;
§ 4º Para melhor entendimento e unificação de terminologias, devem ser considerados os seguintes
termos:



2/4



I. METODOLOGIA DE ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO ELEITORAL – refere-se ao
sistema ou conjunto de regras e meios, dispostos convenientemente, de forma organizada e
sistemática, para estabelecer uma maneira de fazer e o modo de proceder no tocante aos
apoios (ou sua negativa) às candidaturas durante o período das eleições;
II. PROJETO DE METODOLOGIA – refere-se ao documento escrito que registra a metodologia a
ser adotada para um dado pleito eleitoral numa determinada região.
III. ESTÁGIO DE ACOMPANHAMENTO – refere-se ao grau de maturidade para acompanhamento
do processo eleitoral. Trata-se da etapa na qual aquele determinado conselho discerne sobre
sua realidade, condições, experiência e estado de organização, naquele momento, para definir
ações e realizar trabalhos.
IV. CRONOGRAMA DE AÇÃO – refere-se ao planejamento das etapas de envolvimento de
determinado conselho em cada pleito eleitoral. Um cronograma configura-se por uma tabela
que disponha, em suas colunas, a relação de atividades e, em sua linha de cabeçalho, as
datas de execução das mesmas atividades.



CAPÍTULO II
Das responsabilidades e competências
Art. 2º



É responsabilidade de cada conselho, definido a seguir, discernir sobre a sua participação, ou não,
para acompanhar o pleito eleitoral de sua competência, conforme se segue.

 
I. CONSELHO NACIONAL – Presidente da República e Senadores;
II. CONSELHO ESTADUAL – Governadores, Deputados Federais e Deputados Estaduais.
III. CONSELHO DIOCESANO – Prefeitos e Vereadores.
§ 1º Embora não se exima da responsabilidade de acompanhamento e supervisão, as instâncias
superiores devem respeitar a autonomia de discernimento e gestão da instância subordinada, guardando o
direito de intervenções para orientar e corrigir.
§ 2º Da mesma forma, as instâncias subordinadas devem procurar informar e fazer valer seus
conhecimentos da realidade local nas instâncias superiores, através de seus representantes nestes conselhos.
I. Traduz-se isto como uma ajuda para que o conselho em questão possa ter elementos que
sirvam de base para os discernimentos sobre o pleito eleitoral de sua competência, contudo,
não será permitida a participação destes mesmos representantes ou participantes durante o
discernimento do conselho, momento este exclusivo do mesmo;
II. Membros de um conselho superior serão sempre considerados membros natos dos conselhos
subordinados, podendo neste caso se fazerem presentes durante suas seções;



CAPÍTULO III
Da metodologia de acompanhamento do processo eleitoral
Art. 3º



Cada instância de conselho, em sua esfera de atuação, tem a liberdade de definir a metodologia a
ser adotada para o próximo pleito eleitoral.
§ 1º Esta instrução não impõe qualquer modelo de metodologia para acompanhamento do processo
eleitoral.
§ 2º A RCC, através do MFP, poderá oferecer modelos de metodologias que poderão servir como
exemplos.


Art. 4º 



Até o final do ano que antecede o ano de eleições, cada conselho, através de discernimento,
manifestará sua decisão para o período eleitoral seguinte. Tal decisão deverá ser registrada e constar em ata
assinada por todos os conselheiros.



3/4




§ 1º Compete ao próprio conselho em questão identificar o melhor momento para atuar neste
campo.
§ 2º Todo conselho que optar por aprovar uma metodologia de acompanhamento do processo
eleitoral deverá:
I. Apresentar, por escrito, um Projeto de Metodologia que servirá de base para a implementação
da metodologia pelo Ministério de Fé e Política, ligado a esse conselho;
II. Aprovar este Projeto de Metodologia em reunião do conselho, registrando-o em ata;
III. Anexar o Projeto de Metodologia à ata de reunião do conselho que tratou do assunto. Tal
projeto deverá também ser assinado pelos membros do conselho atestando sua aprovação;




CAPÍTULO IV
Da evolução da metodologia ao longo do tempo e
Da necessidade de um planejamento
 
Art. 5º 



É importante ressaltar que a decisão do conselho, quanto a sua participação, ou não, no
acompanhamento do processo eleitoral, bem como a metodologia a ser adotada, deve ser objeto de
atualização periódica, isto é, a cada nova eleição.



Parágrafo único:



Sugere-se como boa prática de gestão, a elaboração de um planejamento, no qual 
conste a construção de um cronograma que estabeleça o estágio de acompanhamento em que aquele
conselho se encontra e os futuros estágios que serão perseguidos como etapas de um processo de
amadurecimento do envolvimento político da RCC naquela região.




CAPÍTULO V
Do Estímulo ao discernimento do conselho
Art. 6º  




 

Em conformidade com a vocação da RCC e todas as orientações estabelecidas no seio do
movimento, recomenda-se que as decisões tomadas em conselho não sejam objetos de vontade humana, mas
sim o resultado de oração, jejum, adoração, escuta e discernimento.
§ 1º Acima de tudo, recomenda-se prudência e responsabilidade para iniciar uma atuação no
campo do apoio político.
§ 2º Muitas vezes, a antecipação de etapas ou desconsideração da vontade popular representa
frustrações e desentendimentos irreparáveis, podendo levar a RCC local a retroceder na sua caminhada de
maturidade política. 



Art. 7º  



Qualquer que seja a decisão do conselho, deve-se ter em mente: 

§ 1º Resguardar a autonomia do conselho;
§ 2º Observar a responsabilidade de contribuir para o bem comum;
§ 3º Respeitar o momento de amadurecimento e vocação daquela região. 




CAPÍTULO VI
Do afastamento dos serviços na RCC

 
Art. 8º   



Qualquer membro da RCC, que desempenhe posição de coordenação na RCC e seja candidato em 
eleições vinculadas ao TRE/TSE, deverá apresentar sua renúncia até cento e oitenta dias antes da eleição.
§ 1º A incompatibilidade do exercício de uma coordenação na RCC e a condução dos trabalhos de
campanha é o critério principal que norteia a orientação para afastamento de que trata este artigo.
§ 2º A renúncia de que trata este artigo não inclui os trabalhos de pregação, quando solicitados por
algum evento ou grupo de oração. 




4/4




§ 3º Por outro lado, passadas as eleições, independente do seu resultado, não haverá nenhum
impedimento na participação deste membro em serviços e atribuições na RCC, desde que seja resultado de
novo discernimento.


Art. 9º



Convites para assumir cargos de confiança, ainda que de caráter político, não configuram
impedimentos para o exercício das atividades ou posições na RCC.





CAPÍTULO VII
Das Leis, candidaturas e mandatos políticos
Art. 10º



Todos os conselheiros e/ou membros do movimento devem observar a legislação eleitoral em vigor
e as leis do direito brasileiro, estando as mesmas acima de qualquer determinação interna da RCC.



Art. 11º



A RCC, desde que respeitada a legislação em vigor, poderá constituir um Conselho de Mandato 
para acompanhar as ações e os trabalhos conduzidos pelo mandatário.





CAPÍTULO VIII
Das Disposições Gerais
Art. 12º



Conforme estabelecido no I Fórum da Renovação Carismática Católica, a unidade, a identidade e a
missão devem ser priorizadas em todas as ações do movimento, em especial no campo da política.


Art. 13º



Os casos omissos serão dirimidos, em caráter de emergência, pelo Presidente do Conselho
Nacional da Renovação Carismática Católica no Brasil, ouvido o coordenador nacional do Ministério de Fé e
Política.


Art. 14º



Havendo tempo hábil o caso deverá ser levado oportunamente à apreciação do conselho nacional
que deverá se pronunciar oficialmente a respeito do mesmo.



Art. 15º



Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. 

Reunião do Conselho Nacional
Fortaleza/CE, 11 de outubro de 2009.





MARCOS DIONE UGOSKI VOLCAN
Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ministério Jovem - RCC



O Ministério Jovem, como o próprio nome sugere, é a equipe responsável, dentro da Renovação Carismática Católica (RCC), pelo trabalho de evangelização da juventude dentro do que é próprio deste estado de vida. Isso significa evangelizar, formar, assistir, orientar e motivar os jovens a partir da identidade da RCC, inserindo-os na vida da Igreja.
A formação humana, espiritual e vocacional são as bases para que o jovem se torne protagonista na Igreja e na sociedade. Tudo isso a fim de proporcionar a oportunidade de ter o encontro pessoal com Jesus Cristo, permitindo assim que o jovem responda ao chamado de Deus e sejam construtores da civilização do amor.
A direção principal está em apoiar os Grupos de Orações (GO) nestas atividades, seja na produção de subsídios ao trabalho ou ajuda na formação de novos evangelizadores e na orientação de projetos para este fim. Desta forma, consideramos que todo jovem que participa efetivamente de um Grupo de Oração faz parte do Ministério Jovem.
A Juventude Carismática do Brasil possui uma identidade e espiritualidade própria por pertencerem ao MOVIMENTO ECLESIAL DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA. Portanto, cabe aos grupos de oração mistos ou para jovens oferecer o contato e a experiência dos elementos fundamentais que caracterizam o movimento, a saber: Batismo no Espírito Santo, a abertura e o uso dos carismas, o louvor, a centralidade da Palavra, a vivência comunitária no grupo de oração e outros.
Entendemos que todos estes elementos devem atingir todas as instâncias de atuação no Brasil. Para isso, nossa organização visa atingir todas as dioceses do país, especificamente ao realizar um trabalho com todos os jovens que participam de um Grupo de Oração da Renovação Carismática Católica (RCC).
Estamos estruturados em coordenação nacional, estaduais, diocesanas e com as equipes jovens nos Grupos de Oração. Esta última é considerada a instância mais importante de trabalho, onde as ações essenciais acontecem nos GOs.
Quando falamos das equipes de serviço, ou seja, aquelas que estão na condição de liderança dos jovens em uma determinada localidade (Grupo de Oração, paróquia, cidade, setor, região, forania, diocese ou estado), a direção é que se tenha zelo ao compor este grupo de pastoreio com observância aos seguintes critérios básicos: pessoa que tenha carisma com a juventude; testemunho de vida autenticamente cristã; vida de oração; engajamento no Grupo de Oração; e preferencialmente não seja recente na caminhada.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Em Jesus as nações porão sua esperança!

Formação de Pregadores

<<< A Pregação no Grupo de Oração >>>
A pregação no grupo de oração é um assunto que há muito tempo nos desafia. Primeiro, devido às nossas próprias limitações. Somos limitados em santidade, testemunho, formação bíblica, formação doutrinária e capacitação técnica para a comunicação. Segundo, porque a dinâmica do grupo é bastante exigente. O pregador tem somente de dez a quinze minutos para anunciar o evangelho com eficácia. Terceiro, porque o grupo recebe toda espécie de filhos de Deus. Lá vão pessoas equilibradas, saudáveis, bem encaminhadas na vida, que talvez buscam somente respostas para seus anseios espirituais. Junto com elas vão pessoas doentes do espírito, da alma e do corpo. Estas, além de necessitarem de ajudas espirituais, necessitam, em primeira mão, de soluções para depressão, desesperança, compulsão para suicídio, cefaléias, cardiopatias, doenças renais, nevralgias.
Seria ilusão ignorar os problemas relacionados com a humanidade dos freqüentadores do grupo de oração, para levar-lhes somente um ensinamento doutrinário, ainda que fosse perfeito do ponto de vista teológico. Tal atitude excluiria quase cem por cento das pessoas. O que fazer, então?
Para começar, poderíamos seguir o exemplo de Jesus. No seu tempo o povo sofria de males semelhantes aos que nos acometem nos dias de hoje. Certa vez ele estava pregando na entrada do templo, para ovelhas sem pastor, mais ou menos como as que vão ao grupo de oração. Ele não perdeu tempo com rodeios, utopias, ou outros devaneios. Foi direto às suas necessidades, pois sabia que buscavam soluções reais para problemas que as afligiam diariamente. E elas iam a Jesus porque sempre recebiam o que buscavam. Jesus tinha um jeito especial de atender a cada uma. Naquele dia, em especial, as autoridades do templo ficaram muito indignadas com os frutos da pregação do Senhor (Jo 7,28-47), pois inúmeras pessoas acreditavam nele, e muitas já pensavam que ele deveria ser o Cristo, o prometido do Pai, por isso enviaram soldados para prendê-lo. Os soldados o encontraram pregando ainda na porta do templo, e o ouviram dizer, entre outras coisas: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva”. Após a pregação, juntamente com muitos outros ouvintes, ficaram impressionados com o que ouviram, voltaram sem prender Jesus e disseram às autoridades:
“Jamais homem algum falou como este homem!...” Que pregação! Até os soldados que foram prendê-lo desistiram da tarefa, após ouvi-lo. Jesus pregou eficazmente. Despertou a fé nos ouvintes e apontou-lhes a salvação, isto é, ele mesmo; abriu-lhes o coração para que recebessem as soluções que necessitavam. É que ele pregava a verdade de maneira simples, direta e ardorosa. Sua pregação era querigmática. Até quando exortava os fariseus era para que voltassem à razão e se convertessem. Pregações querigmáticas são todas aquelas relacionadas com os seguintes temas: o amor de Deus, o pecado, a salvação, a fé, a conversão, o Espírito Santo e a comunidade, como fruto do Espírito Santo. Mas a pregação querigmática, por si só, não é garantia de eficácia. Para produzir fruto, ela deverá também ser ungida, ardorosa e entendida por quem dela necessitar. Como foi a pregação de nosso Senhor Jesus Cristo, deverá ser a nossa.
<<< Conceito de Pregação e Ensino >>>
a) Pregação
- É o anúncio do Evangelho, sob a unção do Espírito Santo, mediante o uso dos recursos e métodos da oratória e da retórica.
= Retórica: Estudo do uso persuasivo da linguagem, em especial para o treinamento de oradores.
= Oratória: arte de falar em público.
b) Ensino
- É a transmissão da Doutrina Cristã, também sob a unção do Espírito Santo, mediante o uso de recursos e métodos pedagógicos.
c) Distinção entre ensinos e pregações
- Pregação
= Oratória, eloquência (Mc 16,15).
- Ensino
= Didática, muitos recursos e técnicas metodológicas (At 18,25; Tt 2,1).
2. DISTINÇÃO ENTRE PREGADOR E FORMADOR
a) Pregador
- É a pessoa chamada por Deus, direta ou indiretamente, para anunciar e testemunhar o Evangelho, na modalidade de primeiro anúncio.
- É o arauto de Jesus, é o embaixador de Deus, é aquela pessoa especialmente escolhida para falar em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
b) Formador
- É a pessoa também chamada por Deus, direta ou indiretamente, para ensinar, transmitir a sã doutrina, àqueles que já receberam o primeiro anúncio do Evangelho.
3. OBJETIVOS DE PREGAÇÕES E ENSINOS
a) Pregação
- Colocar as pessoas em contato com Jesus Cristo ressuscitado, a fim de que tenham a oportunidade de experimentar o amor de Deus e a salvação de Jesus.
b) Ensino
- Oferecer aos irmãos conhecimentos sólidos e seguros sobre nossa doutrina, a fim de que perseverem no caminho da salvação.
4. EFEITOS DA PREGAÇÃO E DO ENSINO NAS PESSOAS QUE OS OUVEM
a) Pregação - Atinge mais a emoção e os sentimentos dos irmãos e menos o raciocínio e a razão.
b) Ensino - Atinge mais o raciocínio e a razão dos irmãos e menos os sentimentos e as emoções.
5. EMPREGO DE PREGAÇÕES E ENSINOS
a) Pregação
- Em temas querigmáticos (para todas as situações)
- Em temas catequéticos (para muitas pessoas, para encontros abertos).
b) Ensino
- Para temas catequéticos ministrados a pouca gente
= “Pouca gente”, expressão entendida como uma quantidade de pessoas que possibilite a aplicação de dinâmicas e o emprego de variadas técnicas de ensinos.
6. PREGAÇÕES E ENSINOS MISTOS
- É possível, e às vezes ideal, pregar ensinando e ensinar pregando.
- É importante usar pregação e ensino como estilos diferentes, como formas de variação.
- Em temas querigmáticos não é bom combinar pregação e ensino, principalmente quando se prega nos grupos de oração.
<<< Características do perfil do pregador >>>
O pregador é uma pessoa de fé e de oração; batizada no espírito (cf. At 9, 17); conduzida pelo Espírito (cf. At 16, 6-10); paciente e perseverante diante das perseguições (cf. At 5, 41); que testemunha a ressurreição de Jesus; que é membro do Corpo Místico de Cristo; que está inserida na realidade de seu povo, que é responsável, íntima de deus, de coração simples; é pessoa , a visão do plano de Deus (Ef 3, 17-19; Gal 1, 15-16), o zelo pelo Evangelho. O pregador leva as pessoas a Jesus, busca o dom da fé, ama e perdoa as traições e perseguições dos irmãos, aceita e pratica os dons carismáticos, prega com o poder no espírito, vive o que prega, fala a verdade, busca a formação.
Reflexão: Como você tem reagido diante das características acima?
O Pregador é inserido na realidade de seu povo.
Como profeta que anuncia a Boa Noticia do reino do Pai, mas também que denuncia as más noticias que afligem os filhos de Deus, o pregador não se aliena com a realidade que o cerca, mas vive engajado no meio social em que está. Com sabedoria e equilíbrio, pauta seu viver pela palavra de Deus, testemunhando Jesus em todos os lugares.
O pregador deve estar inserido da realidade de sua assembleia: prostituição, pobreza, desemprego, corrupção, falta de esperança. Para que sua pregação console, edifique e exorte de uma maneira mais eficaz.
O Pregador é responsável, paciente e perseverante
O pregador tem de ter responsabilidade para preparar com antecedência suas pregações, para assumir uma formação permanente, para ser fiel aos compromissos assumidos, tudo fazendo por meio da oração pessoal, do jejum, da participação dos sacramentos, da penitencia.
Antes mesmo dos outros sinais, como os prodígios, os milagres, a paciência pode aparecer como o primeiro sinal que confirma o ministério do pregador. É preciso perseverar no serviço com paciência sabendo esperar o momento exato da hora de Deus. E isso é um dom do Espírito Santo.
  1. O Pregador é intimo de Deus
É impossível amar alguém sem conhecê-lo. É necessário que haja uma proximidade muito grande que faça nascer a intimidade que vai proporcionar o conhecimento, a confiança, fortalecendo, assim a amizade. Assim é também com Deus, precisamos ter intimidade com ele e isto não acontecerá sem não sentarmos aos Seus pés, senão ficarmos com Ele, se não nos relacionarmos com Ele. Para podermos fazer a vontade do Senhor, como pregadores, precisamos ter vida de oração. Somente ficando com Ele, poderemos amá-lo, escutá-lo, conhecê-lo e assumir como nosso os seus planos de amor.
Corremos o risco de fazer igual a Samuel (I Samuel 3, 1-10), servir ao Senhor sem escutá-lo, sem saber qual é a sua vontade. Samuel já servia ao Senhor, mas não O conhecia de fato. Faz-se necessário ser intimo do Senhor para que sua vontade seja realizada em plenitude.
  1. O pregador é pessoa de fé
O pregador tem de ter uma fé madura que o leve à adesão incondicional a Deus e que o faça amar a Igreja de Jesus Cristo com tudo o que ela tem. Não se conhece um pregador que tenha dúvidas quanto à Doutrina Apostólica, resistência em obedecer a hierarquia da Igreja, resistência quanto aos dogmas da Igreja, tendências cismáticas ou heréticas. Não podemos pregar o que achamos, temos de pregar o que Deus revelou nas escrituras, sob o discernimento da Igreja. O pregador teve ter o cuidado para não cair na livre interpretação e distorcer a mensagem da palavra de Deus. Deve-se portanto ter zelo e amor pela palavra fonte da nossa fé.
  1. O Pregador é Homem de Bem-Aventuranças
Em Mateus 5, encontramos traços bem delineados que precisam estar marcados no pregador:
  • Coração pobre: Deus é a única riqueza do pregador e ele não o troca por nada. O Pregador que tem coração de pobre está sempre disposto a aprender, a ouvir outros pregadores, nunca está cheio de si porque tudo o que faz é para a glória do Senhor.
  • Aquele que chora: o pregador é aquele que fala movido pela compaixão do povo que sofre, que chora junto com o povo, que não fica alheio aos seus sofrimentos e angustias. Através da pregação repleta de unção: ampara, consola, exorta e ama esse povo no Senhor.
  • É manso: o pregador sabe ser dócil, compreensivo, carinhoso, manso em qualquer situação, sem perder sua postura de pregador.
  • É misericordioso, tem o coração puro, é justo.
  • É pacifico: ser pacifico não significa ser fraco, mas saber lidar com as situações de brigas, de ressentimentos, de desamor, para que se restaure a harmonia, a paz, o perdão e o amor.
  1. O Pregador usa dos carismas.
“Em verdade, em verdade vis digo: aquele que crê em Mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai”. (Jô 14, 12)
  1. O pregador é membro do corpo místico de Cristo
O pregador que é intimo de Cristo, torna-se membro Seu, onde Cristo é a cabeça e nós somos os membros. Pelo nosso batismo, crisma e eucaristia, já somos membros de cristo, porém é necessário tomar posse e aprofundar-se na mística de Jesus.
  1. O Pregador tem visão do Plano de Deus
O Conhecimento do plano de Deus apresenta-se em duas partes que se completam: uma, no sentido geral, já revelada na Sagrada Escritura: a outra, em caráter particular, diz respeito à vontade de Deus para o pregador. Neste Jesus revela ao pregador o que ele deve fazer qual sua missão pessoal no contexto do plano geral.
Reflexão:
1. Você está inserido na realidade do seu Grupo?
2. É responsável no Grupo ou com os compromissos que assume?
3. Tem buscado ser intimo de Deus pela oração pessoal?
4. A sua fé está fundamentada na Doutrina da Igreja?
5. Tem exercitado as bem-aventuranças?

<<< Forjando nosso perfil >>>
Igualar-se a Jesus é tarefa sobre-humana. Quase tão difícil é assemelhar-se a Paulo ou Apolo. É necessário, porém, que busquemos possuir um perfil semelhante ao deles para que, através da força do Espírito Santo, possamos dizer como São Paulo:
“Não pretendo dizer que já alcancei (esta meta) e que cheguei à perfeição. Não. Mas eu me empenho em conquistá-la, uma vez que também eu fui conquistado por Jesus Cristo.” (Fil 3, 12).
A sagrada Escritura fornece o caminho que devemos percorrer para a formação do nosso perfil. Caminho da cruz e da renuncia de si mesmo (Mt 16, 24), da consagração total (Lc 1, 15; 3, 2; Jô 3, 30), da conversão (At 9, 6) e da busca da santidade:
  • Caminho da Cruz e da Renuncia
Aceite a cruz em si mesmo com tudo o que ela significa, a começar pela própria negação de si, vai contra as fibras mais profundas do nosso ser. Não aceitar a sua cruz significa não aceitar Jesus como seu Senhor. Por isso essa aceitação é dom do Espírito Santo, pois não podemos efetivá-la somente com nossos esforços.
  • Consagração
A consagração é necessária para que haja espaço em nossa vida para ação do Espírito Santo. Sem a consagração não há porque moldar o perfil do pregador ao perfil de Jesus.
  • Conversão
É o Espírito Santo quem dá a graça da mudança interior (metanóia), seja nas emoções (exterior), nos sentimentos (interior) ou mesmo na maneira de pensar, julgar e agir.
<<< Avaliando o nosso Perfil >>>
Veremos alguns critérios para avaliar o nosso perfil, para podermos inclusive, saber onde nos empenharmos com mais esforço. Esses critérios são: amor, prontidão, aceitar que Jesus seja a motivação das pessoas e formar outros pregadores.
  • Amor
O amor é marca mais sublime do perfil do pregador. Jesus olhava para a multidão e simplesmente amava com seu olhar, suas palavras eram carregadas de profundo amor e compaixão. Jesus curava pelo amor, libertava pelo amor. O Pregador também precisa amar, porém de uma maneira mais profunda, não basta amar como a si mesmo, o pregador tem de amar como Jesus amou e ama.
O pregador não pode deixar de amar alguém pela sua condição social, cultural ou intelectual, ou ainda por brigas, desavenças ou divisões. O Pregador deve ser aquele que dá o primeiro passo, pois ele não prega somente com as palavras, mas também com o testemunho.
  • Prontidão
O Pregador tem de estar sempre disposto para anunciar a palavra do Senhor. Renunciar a própria vontade ou interesses, para proclamar com ousadia, autoridade, intrepidez.
Nunca colocar obstáculos devido às deficiências de estrutura física em certos lugares, deve-se sem dúvida, planejar o local afim de que o ambiente seja o melhor possível para anunciar a palavra.
Não escolher lugares por conveniências, o pregador deve ir onde for solicitado para que todos escutem o anuncio do Senhor.
  • Aceita que Jesus seja a motivação das pessoas
Ás vezes, o pregador cai em armadilhas invisíveis. Uma delas é a tentação de querer para si a glória que pertence a Jesus. Isso acontece quando o pregador deseja o reconhecimento de seus méritos. O pregador deve agradecer a Jesus tanto pelos elogios como pela sua falta, aceitando com mansidão e afabilidade as críticas recebidas seja do coordenador, ou da comunidade que confirma.
  • Forma outros pregadores
A opção pastoral de Jesus foi formar discípulos que fossem capazes de continuar sua missão. Jesus formou discípulos pregadores, se assim não fosse a mensagem do Evangelho não teria atravessado dois mil anos.
É importante que o pregador tenha consciência da necessidade formar outros pregadores e se empenha neste trabalho.
“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mac 16, 15)

<<< Como organizar a pregação >>>
  1. Considerações
Uma vez que a mensagem foi selecionada e sabemos qual objetivo precisamos atingir, devemos, então elaborar um plano, estabelecendo uma estratégia que nos permita chegar ao que propomos. Isso é o que significa organizar a pregação.
Uma mensagem, mesmo sendo muito boa, se desvirtua, se não está bem organizada, isto é, ela se perde numa pregação desorganizada. A organização da mensagem é como a tática que se deve seguir para ganhar uma partida de futebol. Pode-se jogar dando somente pontapés na bola; porém, as equipes que conquistam o título são as que tem a s melhores estratégias. Portanto chutar elementos, sem o mínimo de organização, não produz efeito nenhum. Existem diversas maneiras de se organizar uma pregação: exórdio, desenvolvimento e conclusão.
1º) Exórdio:
a)Introdução: tem como objetivo animar o auditório para ouvir o que irá ser pregado. Visa captar a tenção de todos e fazer com que se sintam privilegiados por estarem ali.
b)Motivação inicial: é a exposição geral do tema a ser pregado. Pode ser através de uma citação bíblica, mas não deve ser longa. Deve conter uma plano abrangente com três ideais, no máximo, para vitar dispersão e confusão.
2º) O Desenvolvimento:
É o corpo da pregação, sua parte mais longa. Nesta parte da pregação as idéias expostas anteriormente são trabalhadas uma a uma, buscando formar um “todo” compreensível ao auditório. Compõe-se de:
a) Enunciado: continuidade da motivação inicial. Deve conter de forma precisa e breve toda a mensagem que se quer dar.
b) Argumentação: explicação do que se deseja, alinhando argumentos que confirmam a mensagem, argumentos esses bíblicos, teológicos, filosóficos e vivenciais.
c) Aplicação: é a parte que valoriza a mensagem, pois o pregador inclui o auditório na pregação que está fazendo. Deve conter exemplos que tornam possível o que se fala.
3º) Conclusão
a) Resumo: reúne os temas pregados dando uma visão geral. Deve ser o “gancho” para o imperativo.
b) Imperativo: exortação final que contém: desafio, exortação, e chamamento. Deve provocar uma atitude no auditório em relação ao que se pregou.
c) Oração Final.
Esquema Geral:
Da passagem a ser pregada seleciona-se três versículos bíblicos, aos quais sob a ação do Espírito você julga ser o mais importante. De cada versículo extrai-se ainda uma palavra chave. Vale ressaltar a importância da pregação ter inicio, meio e fim, um alvo a ser acertado. Se o Tema é Senhorio de Jesus, no final da pregação a pessoa deve star motivada a ter Jesus como Senhor. Os versículos a serem trabalhados devem apresentar uma ordem lógica de raciocínio, harmonia e coerência.
As sub-chaves são as ideais desenvolvidas na chave principal. Depois na conclusão reapresentar rapidamente a lógica das três chaves e fazer em seguida o imperativo (desafio, exortação, chamamento)

I – INTRODUÇÃO
(parte única)
II - DESENVOLVIMENTO
1. ITEM (idéia chave)
a) Subitem
b) Subitem
c) Subitem
2. ITEM (idéia chave)
a) Subitem
b) Subitem
c) Subitem
3. ITEM (idéia chave)
a) Subitem
b) Subitem
c) Subitem
III – CONCLUSÃO
1. PERORAÇÃO
2. ORAÇÃO FINAL
2. A Inspiração
Deve-se contar com a graça de Deus para pregar, uma vez que este é um ministério sobrenatural. A inspiração (unção) se traduz na vida interior do pregador, por isso ele deve estar atento ao sopro do Espírito. O pregador não deve caminhar além daquilo que foi preparado, rezado e inspirado (I Cor 2, 1-5).
Fontes Primárias: Sagrada Escritura, Sagrada Tradição, Documentos da Igreja.
Fontes Auxiliares:
Experiência própria, experiência dos irmãos, Ciências Modernas (Antropologia, Psicologia, História, Medicina, Sociologia, Geografia, Botânica, Zoologia), Natureza, Fatos da Vida.
Meios de acesso às fontes:
- inspiração do Espírito Santo
Deus age através da nossa natureza (imaginação, criatividade, inteligência)
- revelação privada
- recordação do que aprendemos
- Livros espirituais
- Moção
Preparação da pregação:

Estar em sintonia com Deus (oração mental, louvor).
1. Perguntar a Deus o que ele quer que preguemos.
2. Esperar a resposta de Deus.
3. Formas de resposta de Deus:
- através dos dons carismáticos (ciência, profecia, imagens / visualizações)
- inspirações (idéias que recebemos do Espírito Santo, mas que não se enquadram na definição de profecia).
- moções (o Espírito Santo nos move, nos impele por meio da nossa natureza, colocando em nós desejo de fazer algo. É parecido com intuição. Na preparação do ensino ele nos impele para textos da Sagrada Escritura, de documentos da Igreja, de diversos livros espirituais, para fotos da vida, enfim para qualquer uma das fontes já citadas).
- Recordação: do que sabemos ou lemos.
  1. Anotar tudo o que pensamos que pode ser de Deus
  2. Discernir para saber o que é de Deus.
  3. Ver se as idéias estão de acordo com a sagrada Escritura, com a Doutrina, a Tradição da Igreja, o Magistério e se vai faze bem a comunidade.
  4. Organizar com o Dom da sabedoria o que foi anotado.
  5. Dependência total do Espírito Santo de Deus.
<<< Como pregar a mensagem >>>
1. Antes da Pregação
  1. Apresentação física:
Se o pregador se apresenta de qualquer jeito, com uma aparência descuidada (cabelos despenteados, roupa amarrotada, sapatos sujos, etc), isso pode ser um obstáculo para que as pessoas aceitem a mensagem. A apresentação do pregador deve ser adequada ao público que irá pregar.
  1. Reconciliar-se com Deus
Se a apresentação exterior é importante, a interior é muito mais. Para não dar brecha a nada, principalmente ao inimigo, o pregador deve perdoar e pedir perdão, purificar suas intenções e motivações, ou seja, deve estar em harmonia com Deus, buscando, então, “viver sempre contente; orando sem cessar; em todas as circunstancias dando graças a Deus”.
  1. Tempo
O pregador deve estar no local algum tempo antes do horário marcado não só para evitar correria, desassossego, perturbação, mas também para observar algum detalhe do local que possa aproveitar em sua pregação. Deve aproveitar ainda este tempo para ficar um momento a sós com o Senhor, se enchendo de Seu poder e Sua autoridade.
2. Durante a pregação.
  1. Tomar autoridade
Diante do auditório o pregador deve tomar autoridade no nome do Senhor. Se o público é grande ou não, se há autoridades religiosas presentes, tais fatores não devem perturbá-lo.
  1. A voz:
Usa-se a voz como a palavra escrita de um jornal que contém todo tipo de letra: pequena, grande, cursiva, normal, negrita. De igual maneira, há coisas para ser dita ora com força, ora com suavidade, ora lentamente, para chamar a atenção, realçar, enfatizar, aclarar. O pregador tem de saber dar ênfase onde é preciso, levantando ou abaixando a voz, dando uma tonalidade mais brilhante, e pronunciando bem as palavras para que as pessoas entendam o que ele diz.
É preciso ter cuidado para que a voz não seja demasiado estudada, pois parecerá falsa; não seja tímida, tremida nem insegura, para que não se apóie em vícios como: né? me entendem? Tudo que é artificial deforma a pregação.
  1. Os olhos
O pregador não deve voltar-se para uma janela, por exemplo, e olhar quem passa, pois isso distrai os ouvintes, como também pregar olhando constantemente o relógio, pois deixará os ouvintes incomodados. Veja as pessoas, passe seu olhar sobre todas. Não abaixe os olhos e nem o pregue no teto, mas, tranqüilamente, olhe nos olhos dos seus ouvintes vendo-os com tranqüilidade e serenidade. Fale sempre para os detrás, porque assim seu tom de voz torna-se mais forte. Se olhar somente os da frente seu tom de voz será mais moderado e nem todos os ouvirão. Falando para os de trás os da frente o ouvirão com certeza.
  1. O rosto
É necessário que o pregador suavize a expressão de seu rosto para que não assuste nem intimide os ouvintes, sendo coerente no que está fazendo. O rosto é reflexo do coração que deve estar sereno e transmitindo paz. Rostos enojados ou mal-humorados não são compatíveis com o ministério de pregador.
  1. As mãos
Devem servir para desenhar o que o pregador está dizendo. Portanto, nunca pregar com as mãos no bolso ou segurando algum objeto, para se ter liberdade de movimento.
  1. O corpo
Toda a sua pessoa é comunicadora de uma mensagem. Não exagerar com movimentos bruscos durante toda pregação, não coçar-se, não fumar e não mascar chicletes, não recostar-se numa coluna ou parede.
O pregador pode usar do espaço físico que ele tem para se movimentar, porém deve se ter o cuidado para não ficar de um lado para o outro durante toda a pregação.
  1. Os pés
O pregador deve colocar-se bem, mantendo os pés de forma que lhe de equilíbrio, tomando cuidado com o cabo do microfone.
  1. A respiração
É a bateria que alimenta de energia a voz, sendo porém para o pregador fator importante. Assim é conveniente antes da pregação respirar profundamente varias vezes.
  1. Tempo
É importante o cuidado com o tempo, evitando-se olhar no relógio a toda hora, e também ultrapassar o tempo com pregações longas.
Critérios para a avaliação da pregação

1. Saudar a assembléia
2. Apresentar-se
3. Oração inicial
4. Anunciar o tema
5. Ter um esquema básico
6. Ser direto
7. Ser atual
8. Falar claro
9. Usar bem a expressão corporal
10. Ter um tom de voz variado
11. Usar a Bíblia
12. Chamar a atenção da assembléia (Não é bronca)
13. Comunicar-se
14. Ser favorável na dicção
15. Testemunho de vida pessoal
16. Cumprir o tempo (não ser prolixo)
17. Atingir o objetivo proposto
18. Levar a assembléia a comprometer-se.


Anselmo Marciano